O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolviento que afeta a forma como uma pessoa se comunica, interage socialmente e lida com certas situações. Embora o autismo seja frequentemente identificado na infância, algumas pessoas podem passar por toda a vida sem saber que são autistas, especialmente quando apresentam formas mais leves do transtorno. Por isso, muitas pessoas acabam tendo uma revelação tardia, descobrindo o autismo na vida adulta.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento. Isto significa que se trata de uma condição que afeta o desenvolvimento do cérebro, causada por uma combinação de variáveis, incluindo fatores genéticos, ambientais e biológicos.
Assim, a pessoa nasce com essa condição que é caracterizada por padrões de comportamento repetitivos, dificuldades na comunicação verbal e não verbal, e dificuldades em interagir socialmente.
Contudo, por ser multifatorial, ele se manifesta em cada pessoa de maneira única, criando um “espectro” de sintomas e comportamentos. Algumas pessoas apresentam desafios mais significativos, enquanto outras podem ter apenas características leves do transtorno.
Descobrindo o autismo na vida adulta.
O diagnóstico tardio do autismo em adultos é mais comum do que se pensava algum tempo atrás. Para alguns adultos, com formas mais leves de autismo, as características podem não ser tão evidentes e o contexto particular de vida pode ter “disfarçado” algumas das dificuldades na infância e adolescência. No entanto, existem alguns sinais comuns que podem sugerir a presença do autismo:
Dificuldades sociais leves: dificuldades em entender regras sociais implícitas, falta de interesse em interações sociais superficiais e preferência por atividades solitárias.
Padrões de comportamento repetitivos: rotinas rígidas, interesses intensos em assuntos específicos e comportamentos repetitivos ou ritualísticos.
Hipersensibilidade sensorial: sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, como luzes, sons ou texturas.
Comunicação desafiadora: pode haver dificuldades na comunicação não verbal, como contato visual e expressões faciais menos expressivas. Também pode ser difícil compreender e responder a pistas sociais.
- Dificuldades nos relacionamentos: pode haver dificuldade em fazer e manter amigos, de perceber e expressar emoções e de compartilhar interesses e atividades com outras pessoas. Isso pode gerar conflitos nas relações íntimas e comentários sobre a pessoa ser estranha ou excêntrica.
Diagnóstico correto e tratamento.
Compreender o autismo na vida adulta pode proporcionar um sentido de identidade e explicar algumas das dificuldades enfrentadas ao longo da vida. O diagnóstico também abre portas para acessar recursos de apoio específicos e terapias que podem melhorar a qualidade de vida.
Por ter muitos sintomas envolvidos, o autismo leve em adultos pode se assemelhar a outros transtornos como o Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou Transtorno de Personalidade Esquizoide. A avaliação profissional é essencial para um diagnóstico preciso e o tratamento correto.
Então, se você suspeita que possa ter uma forma leve de autismo, é importante buscar a avaliação de um psicólogo ou profissional especializado em TEA. O processo diagnóstico envolve avaliar histórico, entrevistas e, em alguns casos, questionários padronizados. Quanto mais informações forem coletadas, mais preciso será o diagnóstico.
Por fim, descobrir o autismo tardiamente na vida adulta é uma jornada única para cada indivíduo. Se você se identifica com as características mencionadas ou se sente que está enfrentando dificuldades incompreendidas, buscar a avaliação de um profissional é fundamental. O diagnóstico e a compreensão do TEA podem proporcionar uma perspectiva positiva para o futuro, permitindo que você viva plenamente como o indivíduo único que é. A aceitação e o apoio podem fazer toda a diferença na busca por uma vida feliz e mais realizada.
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